As empresas estão cada vez mais preocupadas com a capacitação de seus colaboradores. Em um mercado muito competitivo, que se depara com mudanças frequentes, só sobreviverão e terão condições de crescimento aquelas que tiverem nos seus quadros, em praticamente todos os níveis, profissionais preparados e competentes para enfrentar esses desafios. Basta dar uma olhada nos programas de treinamentos e palestras promovidos por essas organizações para constatar o foco de interesse de cada uma delas. A maioria procura palestrantes que tratem prioritariamente de motivação, liderança, vendas, trabalho em equipe, novas tecnologias, diversidade, clima organizacional, sustentabilidade, saúde mental, adaptação. Todos esses temas são muito importantes.
Nada supera a boa comunicação
Nenhuma dessas competências, entretanto, poderá ser desenvolvida e aplicada sem uma boa comunicação. Em todas as situações, sem exceção, os profissionais precisarão saber falar em público para motivar, liderar, vender, trabalhar em equipe. Por isso, a primeira e mais importante iniciativa dos responsáveis por qualificar os gestores corporativos deverá ser a de dar a eles condições de se expressar com segurança e eficiência.
Lembro-me, apenas para exemplificar, dos primeiros treinamentos de que participei em mídia training lá nos idos dos anos 1980. A oratória, que chegava a não receber a importância devida, aos poucos se impôs como um dos assuntos mais relevantes. No final do evento, faziam um questionário para saber o que havia agradado mais e quais os assuntos que mereceriam tempo maior no workshop. A resposta era sempre a mesma: oratória deveria ter espaço mais privilegiado.
A oratória se impôs
De nada adiantaria saber como se relacionar com jornais e revistas, como se comportar diante dos microfones das rádios e das câmeras de televisão, como ter a resposta apropriada para cada circunstância, se não tivessem competência para se expressar bem. E assim, a arte de falar em público, que no início havia sido incluída quase que apenas para completar a grade de temas, passou a merecer tempo cada vez mais representativo. Até que, nos eventos de dois dias, um dia inteiro foi destinado para a comunicação verbal. Hoje, não é diferente. Um bom profissional é, acima de tudo, aquele que sabe se comunicar bem.
Pense na importância de um gerente ou diretor da sua empresa se apresentando com segurança, desembaraço e eficiência nas reuniões internas, com subordinados, pares, superiores hierárquicos; ou nos contatos externos, com clientes, fornecedores; ou ainda nas entrevistas para os mais diferentes meios de comunicação. É como se a própria empresa estivesse ali passando uma imagem positiva.
Aspectos relevantes
E quais são os aspectos da oratória que deverão ser considerados nesse processo de aperfeiçoamento profissional? Além dos mais óbvios, que tratam da postura, gesticulação, voz e vocabulário, há outros, nem sempre mencionados, mas que possuem idêntica ou até maior relevância. Entram nesse pacote a estrutura do pensamento, a capacidade de argumentação, de improvisação, a emoção, a habilidade de interação com os interlocutores e as características naturais do orador. Sem o domínio desses aspectos, pouco adiantará saber como liderar, motivar ou vender.
Warren Buffet, um dos magnatas mais respeitados no mundo por sua habilidade de administrar, gerenciar pessoas e fazer fortunas, revelou que falar bem em público é uma das habilidades mais importantes para o sucesso profissional: “Essa competência tem um enorme retorno, pois aquele que se comunica bem tem um grande impacto para vender e persuadir”. E alertou para um fato preocupante: “A importância da comunicação não está sendo devidamente enfatizada nas escolas de negócios”. Portanto, o investimento na capacitação dos profissionais, para que sejam ainda mais habilidosos em suas diversas áreas de atuação, deve continuar e ser intensificado. Somente quem for bem-preparado será capaz de representar de maneira competente a sua organização.
A base é a comunicação
A atenção que devem ter, todavia, seja qual for o estágio dessa atuação, precisa imediatamente estar na boa prática da comunicação. Devem contratar palestras, patrocinar ou incentivar os profissionais para que participem de cursos e leiam livros que abordem esse tema. As maiores organizações, no mundo inteiro, já perceberam a importância da oratória na capacitação de seus profissionais. Há, porém, um caminho longo a ser percorrido. Algumas já perderam tempo demais. Outras ainda nem acordaram para o que precisa ser feito. Nunca, todavia, será tarde para começar. Siga pelo Instagram: @polito.
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