Novo status sanitário permite ao Paraná acessar mercados que pagam até 50% mais

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O reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação coloca o Paraná em um outro patamar, que permite acessar mercados que pagam mais pelos produtos com essa chancela de qualidade. Em 2007, Santa Catarina obteve a certificação da OIE, o que permitiu um novo olhar dos consumidores internacionais para seus produtos. O que o Paraná tem a aprender – e mesmo copiar – do seu vizinho?

“O mais difícil é abrir os mercados”, lembra Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), ex-secretário estadual de Agricultura e ex-presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), órgão que atua de forma semelhante à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) na promoção da sanidade animal e vegetal. “Tem que conquistar os países compradores. Os mercados demoraram para abrir. Os primeiros apenas em 2012, cinco anos após a conquista da certificação”, complementa.

Em 2014 foi aberto o mercado do Japão, em 2015 vieram os Estados Unidos e, somente em 2017, a Coreia do Sul.

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Expectativa

Mas afinal, qual a vantagem de disputar espaço nesses mercados ditos “nobres”?

Usando como referência o preço pago por quilo de suíno exportado de Santa Catarina para o Japão, um mercado nobre, e para outros países da chamada Lista Aberta, como Chile e China, é possível notar a diferença. Os japoneses pagam até 50% a mais (veja tabela na página 17).

Além de valorizar a produção, a expansão do mercado por si só é extremamente positiva neste momento, de modo que vem animando os agentes da cadeia da suinocultura. “O Paraná estava fora de 65% do mercado mundial de carne suína porque vacinava o seu rebanho bovino. Agora poderemos acessar todos esses mercados”, diz Valter Vanzella, presidente da cooperativa Frimesa, maior indústria de carne suína do Estado e quarta maior do Brasil, com abate na casa dos 8 mil animais por dia de cinco cooperativas paranaenses (Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato).

Atualmente, a Frimesa exporta 20% da sua produção para os países da Lista Aberta, como Hong Kong, Angola, Viet-nã e Uruguai, que aceitam o produto de regiões com vacinação. “Hoje, o Brasil está exportando como nunca, mas os preços entre um mercado e outro são bem diferentes”, observa.

Novo status sanitário permite ao Paraná acessar mercados que pagam até 50% mais

O reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação coloca o Paraná em um outro patamar, que permite acessar mercados que pagam mais pelos produtos com essa chancela de qualidade. Em 2007, Santa Catarina obteve a certificação da OIE, o que permitiu um novo olhar dos consumidores internacionais para seus produtos. O que o Paraná tem a aprender – e mesmo copiar – do seu vizinho?

“O mais difícil é abrir os mercados”, lembra Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), ex-secretário estadual de Agricultura e ex-presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), órgão que atua de forma semelhante à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) na promoção da sanidade animal e vegetal. “Tem que conquistar os países compradores. Os mercados demoraram para abrir. Os primeiros apenas em 2012, cinco anos após a conquista da certificação”, complementa.

Em 2014 foi aberto o mercado do Japão, em 2015 vieram os Estados Unidos e, somente em 2017, a Coreia do Sul.

Expectativa

Mas afinal, qual a vantagem de disputar espaço nesses mercados ditos “nobres”?

Usando como referência o preço pago por quilo de suíno exportado de Santa Catarina para o Japão, um mercado nobre, e para outros países da chamada Lista Aberta, como Chile e China, é possível notar a diferença. Os japoneses pagam até 50% a mais (veja tabela na página 17).

Além de valorizar a produção, a expansão do mercado por si só é extremamente positiva neste momento, de modo que vem animando os agentes da cadeia da suinocultura. “O Paraná estava fora de 65% do mercado mundial de carne suína porque vacinava o seu rebanho bovino. Agora poderemos acessar todos esses mercados”, diz Valter Vanzella, presidente da cooperativa Frimesa, maior indústria de carne suína do Estado e quarta maior do Brasil, com abate na casa dos 8 mil animais por dia de cinco cooperativas paranaenses (Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato).

Atualmente, a Frimesa exporta 20% da sua produção para os países da Lista Aberta, como Hong Kong, Angola, Viet-nã e Uruguai, que aceitam o produto de regiões com vacinação. “Hoje, o Brasil está exportando como nunca, mas os preços entre um mercado e outro são bem diferentes”, observa Vanzella.

O dirigente da Frimesa sabe que o ingresso nestes mercados também não se dará automaticamente. “Alguém já está fornecendo para eles, então não vamos simplesmente anunciar e vender. Vai ser uma luta”, pondera.

A expectativa do presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir Dariva, também é grande, a ponto de que, futuramente, o mercado internacional absorva quase a totalidade da produção paranaense. “Não é tanto a questão financeira, mas o leque de novos mercados que vai se abrir. Como estamos expandindo a produção no Paraná, precisamos de mercados que com-prem”, revela.

E o boi?

Apesar da importância estratégica desta cadeia no processo de certificação internacional do Estado, trata-se de um setor que não deve colher imediatamente os frutos dessa conquista. “A principal consequência desse status sanitário não é para o bovino de corte, mas para os suínos, e ajuda outros setores também, seja aves ou grãos”, observa o produtor Rodolpho Botelho, presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP e do Sindicato Rural de Guarapuava.

“O Paraná nunca vai ser grande produtor de boi gordo, isso em função do seu tamanho que é apenas 2,3% do território nacional. Não tem como competir com outros Estados. Temos que trabalhar com carnes diferenciadas, nichos específicos, para agregar valor à nossa produção”, observa o dirigente.

A empresa Cooperaliança, localizada em Guarapuava, trabalha com o nicho de carnes nobres no Paraná. No momento, o frigorífico foca as atividades da empresa no mercado interno, até porque ainda não tem habilitação para vender para os mercados internacionais que poderiam pagar mais pela qualidade. Mesmo assim, a conquista do novo status sanitário tem trazido novidades.

“Já temos uma visita agendada de empresários japoneses para visitar a nossa planta”, revela Edio Sander, presidente da Cooperaliança.

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