SUS passa a oferecer transplante de intestino delgado e multivisceral

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Pessoas com falência intestinal ou com outras condições raras relacionadas à insuficiência do intestino e outros órgãos abdominais terão uma importante alternativa de tratamento no Brasil. O Ministério da Saúde incorporou o transplante de intestino delgado e multivisceral ao SUS e passa a ofertar alternativa de tratamento definitivo, que traz maior qualidade de vida para quem vive com essas condições. A demanda para incorporação dos dois procedimentos é do próprio ministério e foi recomendada pela Conitec.

Esses transplantes são indicados para casos de falência intestinal, quando o intestino não consegue mais digerir ou absorver os nutrientes essenciais para o corpo, além de ser útil no tratamento de tumores abdominais e outras complicações graves. Tais condições raras não tinham tratamento definitivo disponível no Brasil.

Na avaliação do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), Carlos Gadelha, ao oferecer esse tipo de transplante, o SUS reforça seu compromisso em atender de forma equitativa e eficaz, proporcionando a essas pessoas uma chance real de recuperação e melhor qualidade de vida.

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“Essa inclusão no SUS representa mais uma ação importante do sistema de saúde brasileiro para garantir o acesso a tratamentos de alta complexidade e que tragam qualidade de vida para a população, especialmente para pacientes com condições raras e graves”, afirma Gadelha.

Pessoas com falência intestinal contavam, até então, com tratamentos paliativos no SUS, que envolvem, entre alternativas, a nutrição parenteral – quando os nutrientes são administrados diretamente na corrente sanguínea, geralmente por meio de uma veia. Embora seja considerada fundamental para o cuidado de pacientes com essas condições, a nutrição pode trazer consequências para a saúde de pacientes, o que muitas vezes impossibilita a continuidade do tratamento.

Os dois procedimentos estavam disponíveis pelo SUS em alguns hospitais, devido a convênios estabelecidos pelo Ministério da Saúde com hospitais de excelência, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). A iniciativa possibilitou que a incorporação fosse realizada em um cenário de capacidade técnica já instalada no país, o que permitiu a ampliação.

Mais qualidade de vida

Estudos mostram que, atualmente, cerca de 15 pacientes por ano precisam desses transplantes. Embora o processo seja complexo e a recuperação longa, ele oferece uma melhora significativa, permitindo uma rotina mais próxima da normalidade.

Além do custo do transplante em si, também foram levados em conta os gastos com a manutenção da saúde dos pacientes, que muitas vezes enfrentam complicações durante o tratamento. Um fator importante para a decisão de incluir tais procedimentos no SUS foi a necessidade de integrá-los ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT), um dos maiores e mais eficientes do mundo.

Diferenças

Confira as principais diferenças entre os dois tipos de procedimento:

Transplante de intestino delgado (TID)

Procedimento cirúrgico que envolve a substituição do intestino delgado doente por um intestino saudável de um doador;

Indicado, principalmente, em casos de com falência intestinal grave ou complicação da nutrição parenteral total (NPT).

Transplante Multivisceral (TMV)

Procedimento cirúrgico em que dois ou mais órgãos abdominais (estômago, pâncreas, intestino delgado, fígado e, às vezes, o cólon) são transplantados ao mesmo tempo;

Indicado em casos em que múltiplos órgãos do sistema digestivo estão comprometidos e não podem ser tratados de forma eficaz com terapias convencionais ou transplantes de órgãos isolados.

Ministério da Saúde