O governo federal busca recursos para compor um novo programa social que substitua o atual Bolsa Família. Enquanto a ideia é discutida entre os técnicos dos ministérios da Economia e da Cidadania, uma nova rodada do auxílio emergencial, com extensão até setembro, deve ser apresentada, confirmou à Jovem Pan pessoas próximas aos debates. Segundo as informações, o principal desafio para a prorrogação do auxílio é a falta de recursos. Atualmente, o governo conta com sobras da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, mas o montante não seria o suficiente para garantir os dois meses extras de pagamentos.
Apesar da existência de estudos para uma sobrevida ao auxílio emergencial, os esforços da equipe econômica estão voltados na formulação do novo programa social. A tônica das discussões é buscar uma solução definitiva, e não apresentar uma nova medida temporária. Assim como nas outras oportunidades que um substituto ao Bolsa Família foi cogitado, o projeto atual também tem como base a unificação de diversos programas sociais em uma única bandeira. O discurso de focar os trabalhos para apresentar uma medida duradoura é compartilhado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar afirmou nessa segunda-feira, 7, que não apoia a extensão do auxílio emergencial e defendeu a criação de um novo programa social antes do fim do benefício pago pelo governo aos mais vulneráveis, em julho. Segundo o parlamentar, a nova iniciativa deve ser mais ampla que o Bolsa Família e ainda respeitar a regra do teto de gastos.
A nova rodada do auxílio emergencial foi lançada em abril, com previsão de durar quatro meses e custo de R$ 44 bilhões aos cofres públicos. O programa foi reeditado em 2021 com regras diferentes do original. A nova versão tem parcelas de R$ 150 a R$ 375, e conta com aproximadamente 40 milhões de famílias cadastradas. Em 2020, o auxílio emergencial custou aproximadamente R$ 293 bilhões, com mensalidades que variaram de R$ 300 a R$ 1,2 mil, totalizando mais de 68 milhões de beneficiados. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou que o benefício pode ser renovado neste ano caso haja piora na pandemia do novo coronavírus.
Jovem Pan