Para estimular a produção de biometano no Paraná, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) iniciou novas ações para o desenvolvimento de geração da energia sustentável em diferentes regiões do Estado, por meio de apoio técnico e parcerias que auxiliem nos estudos de viabilidade técnica e econômica para um melhor aproveitamento do combustível produzido. Há possibilidade também de uma chamada pública para aquisição de biometano.
O objetivo é incentivar a produção e o uso de um combustível renovável, gerado a partir de matéria-prima orgânica localizada em aterros e na agroindústria, para abastecimento de veículos, indústrias e cooperativas.
“Temos um interesse real em apoiar ações por todo o Estado para a produção do biometano. Além de ser um combustível sustentável, apostamos nessa forma de energia para abrir caminhos para o desenvolvimento por meio de redes locais, viabilizando o abastecimento de veículos leves e pesados, além de indústrias que atualmente não podem ser atendidas pela rede de gás natural”, destaca o diretor-presidente da Compagas, Rafael Lamastra Jr.
“Temos profissionais dedicados a atender o mercado interessado, viabilizar parcerias com entidades que possam estruturar análises de viabilidade de projeto e encontrar as melhores alternativas para a geração do biometano nas diferentes localidades”, acrescenta.
O biometano é um combustível obtido a partir da produção do biogás, produzido pela decomposição de matéria orgânica de origem vegetal ou animal. Quando submetido a um processo de purificação, o biogás dá origem ao biometano e este é comparável em condições técnicas ao gás natural, já que após o refino atinge alta concentração de metano em sua composição.
Já no viés ambiental e de sustentabilidade, o biometano tem características imbatíveis – por exemplo, quando comparado ao diesel, as emissões de gases de efeito estufa chegam a ser até 90% menores.
Projetos em andamento
Atualmente, a Compagas está envolvida em 10 projetos ligados à geração de biometano: seis localizados em Curitiba e em cidades da Região Metropolitana e quatro no Norte/Noroeste do Paraná, nos municípios de Londrina, Maringá e Arapongas.
Os projetos em andamento visam a produção de biometano por meio de resíduos localizados em aterros sanitários, em estações de tratamento de esgoto – em parceria com a Sanepar –, a partir de dejetos gerados na agroindústria, como resíduos da avicultura, da suinocultura e da agricultura, e a partir de resíduos sólidos urbanos.
De acordo com o assessor de Relações Institucionais e Novos Negócios da Compagas, Luciano Cherobim, há um potencial enorme no Estado e o biometano pode ser mais um combustível integrante da matriz energética do Paraná, contribuindo para o desenvolvimento socioambiental e econômico das cidades.
“Nosso papel é difundir a cultura da geração e da possibilidade do uso de um combustível sustentável. Como o biometano é equivalente ao gás natural, tendo condições comerciais competitivas, a Compagas pode adquirir o gás produzido para ampliar o atendimento aos seus mercados e expandir a sua atuação”, explica Cherobim.
De acordo com ele, a Compagas planeja para os próximos meses o lançamento de uma chamada pública para aquisição de biometano no curto prazo e, com isso, estimular ainda mais a produção deste combustível de forma contínua e competitiva.
A Compagas é parceira da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) e do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e já desenvolve trabalhos com as instituições para ampliar a cadeia do biogás e do biometano no Paraná.
Empresa de economia mista, a Compagas tem como acionista majoritária a Companhia Paranaense de Energia (Copel), com 51% das ações, além da Gaspetro, com 24,5%, e a Mitsui Gás e Energia do Brasil, com 24,5%.
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