Empresário que denunciou vereadora de “furar fila” da vacina contra Covid-19 acredita em mais casos em Presidente Prudente

Em entrevista ao Conexão Verdade, Eudes Elias da Silva disse que acredita na existência de mais casos a serem denunciados no município. "Se investigar a vacinação em Prudente, eu tenho certeza que muitas denúncias vão acontecer”, declarou o empresário.

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Foto: reprodução
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Por Adriano Batista – A Câmara Municipal de Presidente Prudente (SP) arquivou nesta segunda-feira (15/02) a denúncia contra a vereadora, Miriam Brandão Ribeiro (PATRIOTA), de “furar” a fila da vacinação contra a Covid-19, e que pedia a cassação do mandato da vereadora por quebra de decoro parlamentar e corrupção no Plano Nacional de Imunização (PNI).

Na manhã de segunda-feira, o empresário e ex-candidato a vereador (AVANTE) Eudes Elias da Silva, autor da denúncia, concedeu entrevista ao Conexão Verdade e falou como tomou a decisão de fazer a acusação e qual postura esperava da Câmara Municipal em relação ao prosseguimento do processo.

Foi a partir de uma postagem que a vereadora realizou no Facebook que o empresário resolveu investigar um possível caso de “fura fila” da vacinação contra a Covid-19 no município.

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Na publicação realizada no dia 05 de março, a vereadora aparece em uma foto segurando a carteirinha de vacinação contra a Covid-19, na qual é possível ver seu nome completo, data da primeira dose e a fabricante do imunizante. Miriam Brandão diz na postagem que recebeu a vacina por ser assistente social e trabalhar com idosos. A segunda dose está prevista para esta quinta-feira (18).

A vereadora tem 52 anos e, nesta segunda-feira (15/02), a Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) de Presidente Prudente começou a vacinar idosos com 75 e 76 anos, conforme a lista de grupos prioritários determinada pelo Ministério da Saúde. De acordo com Eudes Elias, Miriam Brandão se aproveitou do cargo para ser vacinada já que não atua na área nem tem a idade permitida para esta fase da vacinação.

“Isso acaba confundindo a cabeça das pessoas porque ela é assistente social, mas não exerce a profissão. Está no site da prefeitura, que para receber a vacina neste momento, por ser assistente social, ela devia ter comprovado o vínculo empregatício com carteira de trabalho, holerite ou crachá. A gente realizou uma pesquisa e descobriu que não existe esse vínculo empregatício. Então ela se utilizou do cargo de vereadora para furar a fila da vacina”, denuncia o empresário.

Assista a entrevista completa no link abaixo.

Além da denúncia contra Miriam Brandão, Eudes Elias acredita que exista mais casos de “fura-fila” em Presidente Prudente.

“Se houver uma investigação a fundo isso dá matéria nacional, porque a gente tem visto nas redes sociais aí muitas pessoas ligadas ao poder público postando foto com carteirinha de vacina e a gente sabe que essas pessoas não têm vínculo empregatício na área da saúde, não são da linha de frente do combate à pandemia e não tem idade suficiente também”, afirmou Eudes Elias.

Um projeto que visa divulgar a lista de pessoas vacinadas contra a Covid-19 em Presidente Prudente tramita na Câmara Municipal desde o dia 24 de fevereiro. O departamento jurídico da Câmara emitiu um parecer contrário ao projeto, apontando que ele desrespeita a lei geral de proteção de dados.

Uma comissão parlamentar foi montada para apurar a denúncia. O caso foi arquivado nesta segunda-feira após votação em sessão ordinária do Poder Legislativo. O placar da votação foi 7 a 3.

Votaram para o prosseguimento da denúncia os seguintes vereadores:

  • Joana D’Arc Patrício do Nascimento (PSB)
  • Wellington de Souza Neves (MDB)
  • William César Leite (MDB)

Votaram para o arquivamento da denúncia os seguintes vereadores:

  • Douglas Kato Pauluzi (PTB)
  • Ênio Luiz Tenório Perrone (DEM)
  • Ivan Itamar da Silva (PSB)
  • João Barbosa Ferreira (DEM)
  • José Alves da Silva Júnior (PODE)
  • Mauro Marques das Neves (PODE)
  • Tiago Santos de Oliveira (PTB)

Eudes Elias pede transparência ao poder público na resolução do caso e na vacinação da cidade. Acrescenta ainda que se o projeto não for aprovado, ficará claro o interesse em manter oculto os nomes de outras pessoas que também “furaram” a fila da vacina.

“Se eles não aprovarem esse projeto que obriga a divulgação dos nomes dos vacinados, eles estão assinando a culpa. Com certeza se não for divulgado os nomes eles estão assumindo que tem outras pessoas aí que furaram a fila da vacina”, pontua o empresário.

DIREITO DE RESPOSTA

A reportagem do Conexão Verdade entrou em contato com o gabinete da vereadora Miriam Brandão para poder ouvir a parlamentar sobre a denúncia. Em resposta, a comunicação do gabinete informou que o setor jurídico da Câmara está tomando as devidas providências e que, no momento, a vereadora não pretende conceder entrevistas.

 

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