Brasileiro ganha prêmio internacional por sistema que filtra microplásticos

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Em março, publicamos uma matéria no CicloVivo sobre o estudante Gabriel Fernandes Mello Ferreira, do Colégio São José, de Itajaí, em Santa Catarina. Com a orientação da professora Fernanda Poleza, ele criou um sistema de filtragem que se mostrou 100% eficiente para reter microplásticos na água. O sistema foi inclusive adotado por uma Estação de Tratamento de Água (ETA), responsável por 70% do abastecimento de Itajaí e Navegantes.

Cinco meses depois, recebemos a notícia de que Gabriel garantiu a primeira vitória brasileira por votação popular do Stockholm Junior Water Prize 2021. O Projeto “Desenvolvimento de um mecanismo de retenção de microplásticos em Estações de Tratamento de Água (ETAs)”, desenvolvido por Gabriel com a orientação da professora Fernanda Poleza, recebeu mais de 26 mil votos.

“Essa vitória brasileira no Stockholm Junior Water Prize demonstra a resiliência da educação brasileira e principalmente o compromisso que nossos estudantes têm na construção de soluções ambientais com viés coletivo gerando impactos na sociedade”, ressalta Witan Silva, engenheiro ambiental e sanitarista e coordenador nacional do Programa de Jovens Profissionais do Saneamento.

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Inovação

A água tratada que consumimos já contém microplásticos, que são  partículas com menos de 5 milímetros que podem carregar metais pesados, nocivos ao ser humano e animais.

O sistema criado por Gabriel filtra a água na superfície e retém estas partículas. “Os microplásticos são menos densos que a água e por isso o mecanismo de filtração filtra apenas a parte superficial da lâmina d’água. O filtro utiliza um skimmer que, através de canos, direciona a água para um cilindro plástico com fundo de malha de nylon de abertura de 300µ. Este copo coletor é o elemento filtrante, onde a água passa e o microplástico fica retido na malha”, relata o jovem inventor.

O mecanismo pode ser facilmente incorporado ao processo de tratamento de água nas Estações de Tratamento de Água, já que não necessita de  reformas estruturais para a sua instalação, que tem um custo de cerca de R$ 450.

Prêmio

A etapa Brasil da premiação mundial é promovida pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, por meio de do Programa de Jovens Profissionais do Saneamento. Witan conta que o Prêmio SJWP teve início no país com a coragem de uma jovem estudante, Ana Deveza, que com recursos próprios foi à Suécia e credenciou nosso país na competição.

“Hoje, 5 anos depois, a edição brasileira continua esse legado sendo organizada voluntariamente pelo Programa Jovens Profissionais do Saneamento da ABES. Um programa de voluntários que reúne jovens de todos os cantos do Brasil. Ser responsável pela edição brasileira do Prêmio é uma honra gigantesca. Sou grato por poder contribuir trazendo essa alegria para nosso país e evidenciando o quão incrível é a ciência juvenil brasileira”.

Ciclo Vivo