A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia afirmou nesta quarta-feira, 22, que a crise hídrica e o recrudescimento da pandemia do novo coronavírus ameaçam o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, mas que, na ausência desses riscos, o país ainda tem condições de crescer mais de 2%. Em nota informativa, a equipe econômica disse que a recuperação também está condicionada às reformas e a consolidação fiscal. “Certamente, o resultado das reformas econômicas afeta o crescimento de longo prazo da economia.
No curto prazo, embora o efeito não seja completo, os impactos de reformas estruturais podem ser percebidos no crescimento.” A SPE manteve a previsão de crescimento do PIB em 5,3% em 2021, e de 2,5% no ano que vem, conforme divulgado na semana passada. O time comandado pelo ministro Paulo Guedes projeta que o 2022 receberá 1,2% do carrego estatístico — como é chamado o resultado do último trimestre que passa para o ano seguinte —, e que o país terá um avanço trimestral médio de 0,5% em 2022.
Os dados do governo federal vão na direção contrária aos do mercado financeiro, que há semanas reduz as expectativas para o crescimento em 2021 e 2022. Segundo dados do Boletim Focus — pesquisa do Banco Central com mais de uma centena de instituições — o PIB deste ano fechará em 5,04%, e em 2022 ficará em 1,63%.
A retomada da economia no ano que vem, afirmou a SPE, será impulsionada pelo aumento dos investimentos privados e o crescimento do setor de serviços. “Além de observar os números do crescimento, é importante atentar-se para a sua qualidade.
Na recuperação da crise da Covid-19, o setor privado tem alavancado o potencial de crescimento por meio de inciativas descentralizadas”, afirmou a pasta. “Reitera-se que melhora do setor de serviços se deve, em grande medida, ao avanço da vacinação em massa ao longo de 2021 e às ações adotadas ao longo da crise para a manutenção da renda e emprego.”
A prestação de serviços é responsável por mais de 60% do PIB e foi o setor mais impactado pelas medidas de isolamento social impostas para barrar a disseminação da crise sanitária. O segmento registrou alta e 1,1% em julho — o quarto mês seguido de avanço —, e atingiu o melhor patamar em cinco anos. Como a Jovem Pan mostrou, a alta já é sentida por outros setores. “No longo prazo, é fundamental compreender e endereçar os choques negativos advindos da pandemia sobre a formação de capital humano. Ou seja, é importante estudar e propor medidas que corrijam os efeitos negativos desta crise sobre a saúde pública, a pobreza, a falência de empresas e o elevado endividamento das famílias, das empresas e do governo”, informou a SPE.
Jovem Pan