Empresas do agro e outros setores pedem protagonismo na agenda ambiental

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Um grupo de 107 empresas e 10 entidades lançou nesta segunda-feira, 27, o documento ‘Empresários pelo Clima’, no qual defendem medidas para uma economia de baixo carbono e assumem responsabilidades nessa transformação.

Esse é o posicionamento que será levado pelo setor para a próxima Conferência sobre o Clima, a COP26, que acontece em novembro, em Glasgow, na Escócia.

A iniciativa foi capitaneada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), que representa cerca de 80 grupos empresariais com atuação no Brasil, responsáveis por 47% do PIB nacional e 1,1 milhão de empregos; 13 das 15 maiores companhias em valor de mercado do país são associadas.

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O documento foi assinado por afiliadas do conselho e por empresas não associadas.

A lista de signatárias engloba setores como agronegócio, alimentício, aviação, elétrico, farmacêutico, finanças, infraestrutura, logística, papel e celulose, petroquímico, saúde, tecnologia, telefonia e varejo. Dessas 107 empresas, 46 publicam resultados financeiros, com uma receita líquida somada de R$ 951 bilhões em 2019.

‘Empresários pelo Clima’

Entre as medidas propostas no documento ‘Empresários pelo Clima’ destaca-se o apoio à proposta de mercado de carbono regulado no Brasil. Um estudo desenvolvido pelo Cebds aponta que esse mercado pode atingir entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões na sua fase inicial, até 2024, com transações de direitos de emissão e créditos de carbono.

O tema está em discussão no Congresso Nacional e o setor privado pressiona para que a iniciativa seja aprovada no Legislativo antes da COP26.

Segundo os empresários e as entidades, o mercado regulado pode funcionar em paralelo à criação de um mecanismo de registro do mercado voluntário, com ambos coexistindo e os créditos do mercado voluntário podendo ser utilizados em parte no sistema regulado.

“O mundo precisa, com urgência, caminhar para uma economia de baixo carbono e o setor empresarial no Brasil reconhece sua responsabilidade nessa transformação”, diz o documento. “Objetivos climáticos ambiciosos correspondem à nossa convicção de que o Brasil deve buscar o protagonismo nas negociações de clima”, acrescenta.

Uma transição rápida para uma economia de baixo carbono é possível e desejada pelo setor empresarial, já que o Brasil pode inclusive antecipar sua meta de redução das emissões de gases do efeito estufa. Um estudo mostrou que o país pode diminuir essas emissões em até 42% já em 2025, em relação aos níveis de 2005. O compromisso do governo brasileiro é de uma redução de 43% até 2030.

“Nós não só sabemos combater as mudanças climáticas como já temos as soluções. O setor empresarial brasileiro tem adotado ações corporativas concretas, como o preço interno de carbono e as metas de neutralização, assim como está liderando iniciativas de políticas climáticas públicas com instrumentos de mercado e inclusão social. A COP 26 será uma oportunidade para compartilhar esse comprometimento e reforçar nosso engajamento mundial”, destaca a presidente do Cebds, Marina Grossi.

Mobilização empresarial

A mobilização pelas assinaturas foi promovida a partir de uma iniciativa do Cebds.

O grupo de signatários avalia que o Brasil tem vantagens comparativas únicas na corrida para alcançar uma economia de emissões líquidas de carbono neutras. Para isso, o país precisa de um arcabouço político-regulatório que apoie essa trajetória dentro de um compromisso firme, com ações eficazes para o fim do desmatamento ilegal e a conservação do meio ambiente.

“Temos ambição climática e nossas empresas contam cada vez mais com metas de neutralização baseadas na ciência, utilizando parâmetros criteriosos de governança corporativa, social e ambiental (ESG)”, ressalta Marina Grossi. “Até 2030, devemos priorizar o fim do desmatamento ilegal, a operacionalização de um sistema de mercados de carbono e a ampliação da agricultura de baixo carbono, resultando no aumento da ambição nas metas brasileiras”, complementa.

O documento será entregue a autoridades brasileiras envolvidas na agenda de combate às mudanças climáticas. O texto foi apresentado previamente ao presidente da COP26, Alok Sharma, durante visita ao Brasil, em agosto, para reforçar o compromisso do setor empresarial com a neutralização das emissões.

Empresas

2W Energia; Abralatas; Accenture; AES Brasil; Alcoa Alumínio; Amaggi; Amazon; Ambipar; Apple; Approach Comunicação; Arcadis; B3; Bain & Company; Banco BV; Bayer Brasil; BMA Advogados; BMG Seguros; BNP Paribas; Bosch; BP Brasil; Bradesco; Braskem; BRF; BRK Ambiental; Brookfield; BSBIOS; Camargo Corrêa Infra; Cargill Agrícola S.A.; Carrefour Brasil; CBA; Ceptis Soluções; Chevron Brasil; Chubb Brasil; Cosan; Daemon Investimentos; Deloitte Brasil; Dow; DSM; Ecolab; Egis; Embraer; Energisa; Eneva; Engie Brasil; Equinor Brasil; ERM Brasil; EY Brasil; FS Bioenergia; Grupo Natura & Co.; Grupo Sabará; Grupo Ultra; Grupo Vamos; Hewlett Packard Enterprise; Hitachi ABB Power Grids; HP Brasil; I Care & Consult; IBM; Ipiranga; JBS; JSL; Klabin; Korin Agropecuária; Kroll; LDC; Lexmark; Lojas Renner; Lwart; Makro Group; Marfrig; Mars Petcare; Mastercard; Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; Michelin; Movida; Nestlé Brasil; Nexa Resources; Nidec Global Appliance; Norflor; NotreDame; P&G; PwC Brasil; Queiroz Galvão; SAP Brasil; Schneider Electric Brasil; Shell Brasil; Siemens Energy Brasil; Siemens Infraestrutura e Indústria; Simpar; Sky Brasil; Socicam; SPIC Brasil; Struttura Desenvolvimento e Financiamento de Projetos e WF Consultores Associados; Suzano; TechnipFMC; Telefônica Brasil; Thyssenkrupp; TicketLog; Tozzini Freire Advogados; UBS BB; Vedacit; Vivara; Votorantim Cimentos; Votorantim S.A.; Way Carbon; WestRock; Yara Brasil Fertilizantes; Zurich Minas Brasil Seguros.

Entidades

Abag (Associação Brasileira do Agronegócio); Abal (Associação Brasileira do Alumínio); Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base); Abimaq/Sindimaq (Associação Brasileira e Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas e Equipamentos); Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio no Brasil); CDP; Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais); ICC Brasil; Instituto Urbem; IPGC (Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades).

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