Empresas de fertilizantes suspendem venda com entrega em 2022

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A China não saiu da pauta do agronegócio nesta semana. Nós adiantamos aqui na Jovem Pan que isso aconteceria, principalmente, por causa da crise energética que o país asiático vive e os potenciais impactos do racionamento de eletricidade na oferta de insumos ao redor do mundo. No cenário de cortes de energia, há especulações de que o governo chinês passará a limitar exportações de fertilizantes para garantir o abastecimento do mercado interno. Caso a medida aconteça, o Brasil ficará vulnerável à escassez de produtos e a reajustes de preços. A China é um dos maiores fornecedores de insumos agrícolas. No caso de fertilizantes, produto essencial considerado o alimento das plantas, o país asiático é o maior produtor mundial de nitrogenados e fosfatados. Levantamento feito pelo Itaú BBA revela que 20% do volume importado de nitrogenados pelo Brasil vem da China e 7% dos fosfatados.

Com as incertezas sobre a disponibilidade de matéria-prima, empresas no Brasil suspenderam venda com entrega programada para 2022. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal, entidade que representa 108 empresas do segmento de fertilizantes, o movimento de congelamento dos negócios ainda é pontual. Roberto Levrero, presidente da Abisolo, diz que, com os novos acontecimentos ligados à crise energética e questões geopolíticas, a tendência é que a situação se agrave.  A analista chefe do GlobalFert, Juliana Lemos, afirma que as companhias mudaram a postura no ambiente de negócios brasileiro. “Realmente houve uma mudança de comportamento nas misturadoras de fertilizantes no mercado nacional. Boa parte delas está receosa em colocar preço para o próximo ano e para os próximos meses. Um dos fatores é o preço dos fertilizantes que semana a semana vêm apresentando alta, e a segunda questão é quanto às matérias-primas, que tem mostrado altas. Um dos mais evidentes casos é o do gás natural, que deve impactar o valor dos fertilizantes nitrogenados. Isso tem feito com que as misturadoras tenham postura de maior cautela”, explica.

Jovem Pan  

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