Uma tempestade de poeira causou estragos e pânico na região de Presidente Prudente (SP) na tarde desta sexta-feira (1º) (veja o vídeo acima).
A força do vento, que, segundo a Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil, chegou a ter rajadas de 103km/h, derrubou árvores, destelhou imóveis e arrancou placas publicitárias e sinalizatórias, vidraças e marquises.
De acordo com Camarini, a tempestade de poeira é um fenômeno comum nesta época do ano na região de Presidente Prudente.
Ele explicou que, geralmente após um longo período de estiagem e a chegada de uma frente fria, é normal a ocorrência de fenômenos como este.
O climatologista ainda ressaltou que, mesmo sendo um fenômeno isolado, esta não é a primeira vez que isso acontece no Oeste Paulista.
“Ainda há chances de que ocorram outros episódios como este, mas normalmente é só na chegada de uma frente fria mais intensa. Porém, caso a chuva dos próximos dias seja de baixa intensidade e ocorra mais um longo período de estiagem, isso pode voltar a acontecer”, explicou.
Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para o atendimento das ocorrências. O trabalho também envolveu funcionários da empresa concessionária de distribuição de energia elétrica e da Defesa Civil.
No Aeroporto Estadual de Presidente Prudente, a força do vento quebrou vidros do saguão de embarque e desembarque de passageiros e causou danos no terminal.
O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) informou que os fortes ventos atingiram e danificaram algumas áreas do terminal e que a mais prejudicada foi a sala de embarque. O órgão estadual salientou que o aeroporto segue funcionando normalmente, mas pontuou que a companhia Azul Linhas Aéreas cancelou a operação nesta tarde. Não houve vítimas e, ainda segundo o Daesp, uma empresa de engenharia já foi chamada para suporte e reparo nos danos. Após uma vistoria realizada pela Defesa Civil, houve a interdição do acesso a pontos do local. Bombeiros do próprio aeroporto fizeram a limpeza da pista de pouso dos aviões.
No Jardim Bongiovani, também em Presidente Prudente, as rajadas de vento arrancaram a vidraça da fachada de uma agência bancária.
Na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), um caminhão tombou no trecho em frente ao Recinto de Exposições de Presidente Prudente.
A Prefeitura de Presidente Prudente informou que todas as equipes estão empenhadas no atendimento às ocorrências relacionadas ao temporal que estão sendo comunicadas. Neste momento, a prioridade é atender aos chamados que oferecem riscos à integridade da população, como fios energizados caídos nas vias públicas e árvores que ameacem cair sobre residências.
De acordo com a Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil, há possibilidade de novas tempestades no decorrer da tarde e da noite e, por isso, a orientação é para que as pessoas evitem ficar em áreas de risco e não deixem os veículos estacionados embaixo de árvores.
Em relação aos espaços públicos, já há informações de danos no Recinto de Exposições, no Centro de Eventos do Instituto Brasileiro do Café (IBC), em unidades de saúde e em escolas, porém, sem vítimas.
Em nota atualizada às 18h, a Prefeitura pontuou que há pelo menos 75 ocorrências emergenciais envolvendo quedas de árvores, muitas delas em vias de grande fluxo de veículos e que dão acesso a serviços de saúde e escolas.
Todas as equipes de zeladoria do município estão empenhadas no atendimento a essas demandas, em conjunto com o Corpo de Bombeiros.
Até o momento, não há informações sobre pessoas desabrigadas em decorrência do temporal nem vítimas graves, mas apenas com pequenas escoriações decorrentes de estilhaços de vidro.
Os serviços de atendimento às emergências seguirão ao longo da noite e da madrugada.
A Secretaria Municipal de Educação está fazendo uma varredura em cada uma das 65 unidades de ensino para apurar os danos causados às estruturas e se haverá necessidade de suspensão de aulas em determinadas classes. A comunicação oficial ocorrerá até este sábado (2).
A Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos de Presidente Prudente sofreu grandes estragos. Entre os principais danos no prédio no Jardim Itapura 1, está a perda de toda a estrutura de placas de energia solar e de cobertura. “Quando abrimos a porta, nos deparamos com uma zona de guerra. Tudo estava voando e, nesse momento, eu e as meninas entramos em pânico. Foi uma cena que eu jamais pensei ver em minha vida”, descreveu a coordenadora da entidade, Eliete Margutti.
G1PP