Vendas no comércio caem 3,1% em agosto, o pior desempenho para o mês em 21 anos

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As vendas no comércio caíram 3,1% em agosto, na comparação com julho, e registraram o pior desempenho para o mês desde o início da série histórica, em 2000, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O saldo deixa o setor no mesmo nível de julho do ano passado. Na comparação com todos os meses, o resultado é o terceiro pior, atrás apenas das quedas de abril de 2020 (-18,4%) e dezembro de 2020 (-6,1), e igual ao resultado de março de 2003. Em relação a agosto de 2020, o comércio varejista teve recuo de 4,1%, interrompendo a sequência de cinco meses com taxas positivas. O resultado elimina a alta de 2,7% registrada em julho. Apesar do tombo, no ano, o varejo acumula avanço de 5,1% e nos últimos doze meses, crescimento de 5%. No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, o volume de vendas caiu 2,5% em agosto na comparação com julho. Na relação interanual, o setor ficou estável.

Das oito atividades pesquisadas pelo IBGE, seis tiveram desempenho negativo. A queda foi puxada pela retração de 16% do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que integra as grandes lojas de departamento. Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado é reflexo do adiantamento das compras para o mês de julho, influenciado principalmente pelas vendas online. “Foi um setor que sofreu bastante no início da pandemia, mas se reinventou com a reformulação das suas estratégias de vendas pela internet. Isso culminou com crescimentos expressivos, principalmente em julho com o lançamento das plataformas de marketplace”, afirma.

Também recuaram no período os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,7%), combustíveis e lubrificantes (-2,4%), móveis e eletrodomésticos (-1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%). “Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas. A receita nominal de hiper e supermercados ficou perto de zero (0,3%) e a de combustíveis recuou 0,7%. Houve efetivamente um gasto menor das famílias na passagem de julho para agosto”, diz Santos. As duas atividades que tiveram variação positiva no volume de vendas em agosto foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).

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