Começaram a valer na segunda-feira, 29, as duas novas modalidades da plataforma de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC): o Pix Saque e o Pix Troco. O primeiro permite que os usuários retirem valores em espécie em pontos que ofertarem o serviço, como comércios, restaurantes, padarias e redes de caixa eletrônico, sem a necessidade de ir ao banco ou caixas 24 horas. Os usuários poderão sacar o dinheiro após fazer uma operação do Pix através da leitura de um QR Code ou usando o aplicativo. O Pix Troco funcionará de forma semelhante. A diferença é que o saque poderá ser realizado durante o pagamento de uma compra, o troco ser pago em dinheiro vivo. Nesse caso, o Pix é feito pelo valor total (compra + saque). No extrato do cliente aparecerá o valor correspondente ao saque e ao valor da compra. Atualmente, o sistema permite apenas a transferência de valores entre contas diferentes, e não o saque de dinheiro em espécie. Os novos serviços terão limite máximo de R$ 500 durante o dia, e R$ 100 durante o intervalo entre 20 horas e 6 horas. Haverá, no entanto, liberdade para que os ofertantes dos novos produtos trabalhem com limites inferiores a esses valores.
Os usuários poderão fazer até oito transações gratuitas por mês. Para o comércio que disponibilizar o serviço, as operações representarão o recebimento de uma tarifa que pode variar de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação, a depender da negociação com a sua instituição de relacionamento. A instituição de relacionamento do usuário sacador é quem fará o pagamento dessa tarifa. “O Pix Saque e o Pix Troco se atêm às estritas normas de segurança do serviço – o prestador de serviço de saque deverá avaliar a necessidade de estabelecer limites transacionais aos agentes de saque, de acordo com dados como perfil, localização, horários e outros critérios de segurança, por exemplo. Além disso, o Pix Saque, quando ofertado, deve estar disponível para todos os clientes de qualquer instituição participante do Pix”, afirmou o BC.
Segundo a autoridade monetária, os novos produtos aumentam o acesso das pessoas ao dinheiro físico. “A adoção do Pix Saque e do Pix Troco tem potencial para trazer benefícios para toda a sociedade – cidadãos, pequenos lojistas e estabelecimentos comerciais como um todo”, informou. “Para o Sistema Financeiro Nacional (SFN), as melhorias representam um incentivo constante à digitalização e à redução de custos nas operações, e ainda estimulam a competição, ao facilitar a oferta de serviço de saque por fintechs e instituições digitais, nivelando condições concorrenciais. Em junho, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária estudava a possibilidade de permitir que usuários do Pix fizessem saques em caixas de lojas. O economista classificou a medida como uma “terceirização eficiente”, com benefícios para comerciantes e população em geral. “Se puder pegar um pedaço pequeno do que o ATM [caixa eletrônico] faz, por exemplo, essa parte de saques, e pudesse ter um sistema onde todas as caixas registradoras, de todas as lojas, fossem um potencial ATM? Você transforma uma coisa que tem custo em algo com benefício”, afirmou.
Jovem Pan