Garoto cria extintor de incêndio que se ativa sozinho

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Em agosto, a Califórnia, nos Estados Unidos, passou pelo segundo pior incêndio da história do estado. Infelizmente, incêndios florestais são tão comuns por lá que até motivou a existência de um novo “mercado de trabalho” em que bombeiros particulares protegem as residências de ricos e famosos. É nesse contexto que um estudante do ensino médio de São Francisco, cidade californiana, pensou e desenvolveu um protótipo de extintor de incêndio alternativo para casas comuns.

Foi também baseado em uma traumática experiência que o estudante Arul Mathur teve a ideia do projeto. Em 2019, ele teve de deixar sua casa, junto a sua família, pois um incêndio de grandes proporções se aproximava da região onde morava. Inicialmente, o caso parecia distante demais para atingi-lo, mas escalou rapidamente. “Foi então que percebi: temos um problema sério. Como um incêndio de 2 hectares pode chegar a 20 mil em apenas alguns meses, destruindo centenas de casas? Como foi que eu estava tão perto de me tornar parte dessa estatística?”, questionou à época.

Pesquisando, Mathur entendeu que quando os bombeiros são alertados sobre um incêndio florestal e entram em ação, o fogo já está fora de controle. Daí, veio a invenção de seu sistema que ativa automaticamente ao detectar calor extremo.

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Batizado de F.A.C.E., o dispositivo de metal possui um aspersor na parte inferior, que contém uma mistura de água e um retardador de fogo biodegradável. O modelo ainda possui quatro componentes-chave: válvula de pressão, medidor de pressão, suporte de montagem e sprinkler head.

Ao contrário de um sprinkler tradicional, o F.A.C.E. não requer conexão a um abastecimento de água e, ao contrário de um extintor de incêndio tradicional, não requer intervenção manual.

“Por possuir a supressão de incêndio com autoativação, os indivíduos não precisam mais depender do corpo de bombeiros para salvar suas casas. Os bombeiros podem se concentrar em conter o fogo, enquanto nós, como residentes, podemos controlar o destino de nossa propriedade”, afirma Mathur.

O estudante salienta que o modelo foi projetado com a ajuda de profissionais da indústria em vários campos, desde engenheiros mecânicos e químicos a especialistas em fabricação.

Quanto mais, melhor

Mathur explica que, em muitos casos, os incêndios florestais aquecem e irradiam calor suficiente para queimar estruturas espontaneamente, principalmente madeira. Segundo ele, se mais dispositivos forem instalados a cada três metros ao redor de uma propriedade, cria-se uma parede de supressão de fogo que pode ajudar a impedir que os incêndios avancem. Ou seja, os dispositivos podem ser ativados bem antes de materiais como a madeira atingirem seu ponto de inflamação, cobrindo-os com retardador de fogo e aumentando sua resistência à combustão.

Usado isoladamente o dispositivo também funciona para controlar o fogo, evitando que se alastre e destrua toda a propriedade.

Financiado por apoiadores na plataforma Kickstarter, Mathur promete usar cada centavo de lucro para doar os extintores aos que vivem em áreas de risco e que mais precisam do dispositivo.

Ciclo Vivo