A nova cepa do coronavírus, a Ômicron, vem preocupando o empresariado. Todos os setores reconhecem que uma eventual nova onda da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo pode afetar de maneira drástica as atuais expectativas de retomada econômica. A retomada do entretenimento, fortemente combalido, analisa o empresário Celso Gionti: “Nós vamos fazer cerca de dois mil shows pra 2022 e 2023. O lance da variante [Ômicron] é preocupante para todos nós, para qualquer setor, para o mundo todo. Espero que realmente não seja tão significativo, que seja controlado, principalmente aqui no nosso país.
O setor automotivo vive um apagão por falta de peças. O presidente da Kia Motors do Brasil, José Luiz Gandini, ressalta também a forte elevação dos custos. “Hoje você para a fábrica por falta de produtos para montar o carro. Nós temos uma linha de produção no Uruguai onde nós fabricamos o caminhão Gold e falta produto. A Kia não embarca as peças, não tem container pra trazer as peças da Coreia pra Montevidéu, não tem container para trazer peças de reposição para veículos no Brasil, sem pensar nos preços, que o container que nós pagávamos US$ 1.800 no início da pandemia este mês estão pedindo US$ 14 a 15 mil, quase dez vezes a mais em dólar, é um absurdo”, relata. Já o mercado imobiliário manteve bom desempenho, mas a elevação da Selic para conter a inflação pode alterar o cenário, avalia o sócio da Bossa Nova Sotheby’s, Marcello Romero: “É um cenário de cautela por conta das eleições. Essa euforia do mercado por conta das baixas taxas de juros do crédito imobiliário e da taxa Selic, o índice de confiança e o represamento dos últimos cinco anos, de 2015 a 2019, acreditamos que chegou hoje num limite. Então, vai depender muito agora de como o cenário econômico vai se desenrolar e o cenário político”, comentou.
O empresário Marco Iannoni, da MP Incorporadora, reforça o déficit habitacional do Brasil como fator favorável à expansão. “Eu acredito que o potencial do mercado superará essa fase dos juros. Deve ser um pouco um dificultador, claro, mas eu acho que o mercado supera, porque também a faixa de renda deve aumentar um pouco. A gente acredita muito nisso”, disse. O mercado da moda sob medida também comemora a reabertura das atividades, explica o estilista Pedro Corola: “Teve uma queda na receita, mas eu me mantive. Então, foi um resultado muito satisfatório perto do primeiro impacto. Represou muito casamento, muitas festas, muitos eventos e, após um pouco de liberação, eles vieram em um volume muito grande como todo”. O turismo recupera mercado nacional, mas teme a nova variante, reforça o fundador da CVC, Guilherme Paulos. “A partir do momento que você deu segurança à população, você consegue movimentar mais. E todas as áreas do turismo, as cidades de turísticas brasileiras se reinventaram, com protocolos de segurança, isso deu uma qualidade para que as pessoas possam viajar com mais tranquilidade”.
Jovem Pan