O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) deve ter reajuste médio acima de 22% em 2022, refletindo a alta de vendas dos carros usados. Neste início de ano, os brasileiros já se depararam com reajustes que podem variar de 20% a 30%, ou até acima disso. A alíquota do imposto é definida por cada Estado brasileiro. Em São Paulo, por exemplo, a porcentagem é de 4%, aplicado sobre o valor na tabela FIPE em setembro do ano anterior. Segundo o especialista em finanças e planejador financeiro Marlon Glaciano, o forte aumento de impostos sobre propriedades de veículos automotores, o IPVA, reflete o comportamento incomum do mercado de veículos usados em 2021.
“A supervalorização dos usados, que é um evento incomum, levou a tabela FIPE a um patamar de aumento na casa de 22,54%, refletindo, obviamente no aumento do IPVA. Então, cabe salientar que essa escassez, gerada pela pandemia, principalmente dos insumos condutores, o frete marítimo também atrelado à alta do dólar, evoluiu o mercado de seminovos, fazendo com que a demanda aumentasse, o preço aumentasse, elevando, consequentemente, a fatia do percentual do IPVA”, explicou Glaciano. Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, entidade que representa o setor de lojistas de seminovos e usados, foram 15 milhões de carros usados vendidos no Brasil em 2021, aumento de 17,8% em relação a 2020.
O gerente de supermercado Gilmar Menezes ficou surpreso quando viu o valor do IPVA deste ano. Ele precisa utilizar o carro todos os dias por conta da distância da casa dele para o trabalho. “Eu trabalho da zona oeste para a Baixada. Eu necessito, não é nem luxo. Pesa para todo o mundo, principalmente para a gente que tem de pagar vários impostos logo no começo do ano, tem aumento de tudo, é escola, é IPVA, é imposto. Eu acho que é um aumento abusivo”. Segundo Glaciano, para aliviar o bolso do brasileiro, muitos estados estão oferecendo descontos para pagamento a vista. O especialista explica que é importante guardar uma reserva durante todo o ano para liquidar de uma vez só o imposto. “A maioria dos Estados estão oferecendo um desconto para o pagamento a vista, a gente tem a Bahia principalmente, impulsionando, oferecendo um desconto na casa de 20%, mas o mais comum é que fique entre 3% a 4% nos outros Estados. Então, pense que essa despesa vai acontecer e é uma despesa atualizada. Então, divida, faça uma expectativa de valor, divida por 12 meses e vá, todo mês, já armazenando para, no começo do ano, você não corra o perigo de não ter uma reserva suficiente para arcar com esse imposto, aumentando seu fluxo de déficit financeiro”.
Jovem Pan