Meirelles defende postura do BC e diz que alta da inflação é reflexo de inseguranças fiscais

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O secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo e ex-presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, defendeu o discurso de Roberto Campos Neto sobre as razões que levaram à alta da inflação no Brasil, que atingiu 10,06% em 2021, maior índice desde 2015. Assim como o atual presidente do BC, Meirelles pontua que o aumento da inflação é consequência de um fenômeno global, que elevou os preços internacionais em dólar. “Houve um problema na cadeia global de produção na medida em que a pandemia desorganizou a cadeia de produção, aumentou a demanda mundial e os preços internacionais de diversos produtos que o Brasil importa, como os combustíveis e alguns alimentos, e os que o Brasil exporta”, reconheceu o secretário, defendendo a postura de Campos Neto, que citou o aumento da inflação como um fenômeno que atingiu “a maioria dos países avançados e emergentes”.

Embora concorde com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles alertou que é preciso considerar os fatores internos que prejudicaram o país e contribuíram para o aumento da inflação. Ele explica que historicamente o aumento no preço internacional em dólar é acompanhado pela alta no valor das exportações brasileiras, o que leva à valorização do real, compensando as variações do mercado. No entanto, dessa vez, isso não aconteceu. “Devido a uma série de inseguranças em relação a questões fiscais, precatórios, furar ou não furar o teto de gastos, essas incertezas que se colocam, não houve a queda do dólar [frente ao real]. Isso permitiu que a inflação fosse importada digamos assim. Subiu o preço [dos produtos] em dólar, mas normalmente a cotação deveria cair, mas não caiu.”

Jovem Pan

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